Eleitores afirmam que vereador “Dr. Freitas” comprou votos para se eleger vereador”

Eleitores afirmam que vereador “Dr. Freitas” comprou votos para se eleger vereador”

Depoimentos no serviço reservado da Policia Militar revelam que ele pagava R$ 50 reais antes da eleição e prometia mais R$ 50 reais se fosse eleito; tudo era feito em plena luz do dia

Enrique Alliana / Jornalista

A compra de votos durante campanhas eleitorais sempre foi voz corrente em Foz do Iguaçu. O fato nunca foi comprovado porque pratica crime quem compra e também quem vende, impedindo a Justiça de punir os culpados.

Eis que agora surge uma prova muito contundente, com três depoimentos bombásticos no setor de inteligência do 14º Batalhão da Polícia Militar de Foz do Iguaçu, mais conhecido com P2.

Esta semana o Tribuna Popular teve acesso a alguns depoimentos comprometedores contra o vereador Jacy de Freitas, popularmente conhecido como Dr. Freitas.

O primeiro depoimento contido no dossiê é de Altair Nunes, morador da região do Porto Meira. Altair confessou ter comprado votos para o Dr. Freitas, recebendo 50 reais antes da eleição com a promessa de receber mais 50 reais se ele fosse eleito vereador. Claro que os eleitores que venderam seus votos nunca viram a cor dos outros “cinquentão”.

Cansado de ser cobrado e chamado de caloteiro pelos eleitores subornados, Altair Nunes procurou a Polícia Militar em 5 de fevereiro deste ano e soltou o verbo, apesar de correr risco de morte.

Altair mora na rua das Palmas, Jardim das Flores, e compareceu no Batalhão da PM exatamente as 14h:15min e declarou: “que uns quarenta dias antes do pleito eleitoral de 2020, foi procurado pelo Sr. VILMAR SOARES DOS SANTOS, o qual lhe apresentou pessoalmente o Dr. Freitas na Panificadora Doce Aroma na esquina da Av. Javier Kolbl com Rua Níquel, onde, enquanto tomavam um café, Dr. Freitas lhe disponibilizou R$100,00 (cem reais) para que o mesmo iniciasse os trabalhos de cabo eleitoral em seu favor, buscando votos para o mesmo”.

Altair Nunes prossegue: “QUE o declarante foi orientado por Freitas que era pra informar os eleitores que as vésperas da eleição ele (Dr. Freitas) iria pagar R$ 50,00 (cinquenta reais) por voto e que se eleito mediante a entrega do comprovante de votação, pagaria mais R$50,00 (cinquenta reais) totalizando R$100,00 (cem reais) por voto”.

Após receber a primeira parcela, Altair Nunes disse ter saído atrás de amigos e vizinhos, fazendo a oferta proposta pelo Dr. Freitas e anotando nome e endereço dos eleitores para depois pegar o dinheiro com o candidato.

O depoimento de Altair revela o esquema: “QUE no dia da eleição em 15 de novembro 2020, logo cedo o Sr. VILMAR SOARES DOS SANTOS esteve em sua casa a mando do Dr. Freitas e lhe entregou R$500,00 (quinhentos reais) para efetuar o pagamento de 10 (dez) eleitores que haviam lhe vendido o voto”.

Cabo eleitoral não recebeu a segunda parte e foi cobrado pelos eleitores

Mais adiante, o depoente esclarece: “QUE após a votação o Sr. ALTAIR foi até a residência de cada uma das pessoas da lista e entregou os R$50,00 (cinquenta reais) como combinado, recolhendo os comprovantes de votação. QUE salientou que era para aguardar o resultado da eleição a noite. QUE se o candidato FREITAS se elegesse iria voltar para pagar mais R$50,00”.

Altair declarou ter acompanhado a apuração com muita expectativa, afinal, iria ganhar um bom dinheiro comprando votos para Dr. Freitas.

Satisfeito com o resultado da eleição, no dia seguinte, bem cedo foi até a casa de Vilmar dos Santos pegar a outra parte do dinheiro, mas teve a maior decepção de sua vida.

Vilmar disse a Altair que Dr. Freitas havia desaparecido do mapa e que outras pessoas também o estavam procurando para cobrar o dinheiro prometido. “QUE após isso foi até os eleitores que tinham lhe vendido os votos e informou que não tinha conseguido receber de FREITAS e que seguraria os comprovantes de votação para tentar receber posteriormente”.

E prossegue o depoimento: “QUE a partir desse dia as pessoas com quem tinha se comprometido passaram a lhe fazer cobranças quase que diariamente, bem como duvidavam do mesmo dizendo que tinha recebido os valores e não queria lhes pagar, chamando-lhe de caloteiro. Nestes termos o declarante achou por bem resguardar-se de um mal maior procurando auxilio policial por ter sido enganado pelo DR. FREITAS e pelo Sr. VILMAR, vindo até a sede do 14º BPM onde foi ouvido em termo de declaração”.

Após seu depoimento, Vilmar entregou ao policial 71 comprovantes de votação, sendo 10 dos eleitores que ele mesmo havia procurado.

O depoimento foi prestado perante o tenente Murilo Mendonça Mendes e também contou com a presença da mãe de Altair, Maria Aparecida Souza da Luz, que confirmou a veracidade dos fatos e assinou como testemunha.

Com Jornal Tribuna Popular

maxnoticia

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